Com tantos avanços tecnológicos e com tantas polêmicas envolvendo os novos projetos do Facebook, diversas dúvidas surgem a respeito do futuro das mídias sociais e seu impacto no mundo fora das telas. O abismo social existente em todas as vertentes da nossa sociedade inegavelmente também está presente na tecnologia, pois mesmo com o seu avanço, apenas uma parcela da população poderá ter acesso a estas novidades.
Pesquisa promovida pelo Comitê Gestor da Internet do Brasil em 2020 apontou que 152 milhões de pessoas tem acesso a internet no país -- o que significa que quase metade da população brasileira não possui ligação com o universo online. Isso é apenas um pequeno exemplo da desigualdade social presente no mundo digital.
“Num contexto geral, o grau de metaverso varia de acordo com o nível de imersão e de realismo que o usuário experimenta. Ambos os fatores dependem da tecnologia empregada. Neste sentido, o Brasil, este ano, deu um passo importante com o leilão do 5G e a contratação das primeiras empresas para a oferta deste serviço. No entanto, o trajeto ainda é longo até que esse tipo de tecnologia seja acessível à população. Talvez a redução de impostos sobre os produtos de informática produzidos no Brasil ou importados seja um atalho”, disse a OVALE a professora Silene Fernandes Bicudo, doutora em Computação Aplicada e coordenadora da Univap Virtual.
Outro ponto debatido é a precariedade na segurança dos usuários da rede. Após o vazamento de dados do Facebook em 2019 e novamente no início de 2021, que ficou conhecido como “Facebook Papers”, a discussão sobre a segurança dos dados dos perfis se intensificou. “Considero inaceitável e injusto o fato de que eles podem pagar 10 mil engenheiros para construir videogames quando supostamente não podem pagar 10 mil engenheiros trabalhando em nossa segurança”, declarou, na ocasião, France Haugen, ex-engenheira do Facebook ao Senado dos Estados Unidos.
Para especialistas em proteção dos dados digitais, as preocupações levantadas são válidas, visto que o metaverso utilizará ainda mais nossas preferencias nas redes e poderá orientar nossas decisões digitais com ainda mais eficiência.
Essa “orientação” de dados não torna insegura a rede em si, mas pode ser prejudicial para pessoas mais vulneráveis e com menos conhecimento, como crianças e idosos, que são mais suscetíveis a estes tipos de risco, como por exemplo, desenvolver vício nas mídias sociais.
Estudo do Instituto Superior de Estudos Psicológicos da Espanha, aponta que a dependência tecnológica atinge especialmente os adolescentes, que podem desenvolver síndrome de abstinência, mal-estar emocional, insônia, irritabilidade e inquietação. Mas não é exclusividade: em adultos também provoca afastamento da vida real, ansiedade, redução da autoestima e perda da capacidade de autocontrole.
“O vício acontece porque os algoritmos das redes sociais são desenhados para atenderem uma das necessidades básicas do ser humano, a de desenvolver um senso de pertencimento. As redes sociais podem ser aditivas porque contêm vários elementos que nos atraem, como, informações de outras pessoas, dados dos quais necessitamos e uma variedade de entretenimentos”, afirmou a professora Silene.
DADOS.
Para o advogado Guilherme Diniz, especialista e mestre em Direito Administrativo e professor de Direito Digital na Univap, atualmente estamos mais bem amparados pela justiça do que antes, já que foi criado a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) que poderá aplicar multas nas organizações que descumpram a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
“A LGPD foi homologada para trazer mais proteção e transparência no tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais. Assim, as redes sociais, por exemplo, precisam avisar seus usuários como utilizarão os dados armazenados e por quanto tempo”, explicou o advogado.
01/07/2022 - 18:58
14/05/2022 - 01:19
14/05/2022 - 01:07
Nós utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nossas plataformas. Ao utilizar nosso site, você aceita os termos de uso e política de privacidade.