Medida ocorre quando o Sistema Cantareira opera com menos de 30% do volume útil; ANA autorizou captação extra da represa de Jaguari
Represa do Jaguari (Rogério Marques/OVALE)
Mesmo com as chuvas das últimas semanas, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) foi autorizada a retirar mais água do rio Paraíba do Sul para abastecer a Grande São Paulo.
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A transposição de água para o Sistema Cantareira foi autorizada em caráter excepcional pela ANA (Agência Nacional de Águas) na semana passada.
A retirada havia sido suspensa em 3 de setembro, depois que a companhia bombeou para o Sistema Cantareira os 162 milhões de metros cúbicos que estavam autorizados. Outra transposição só deveria ocorrer em 2022.
A interligação dos sistemas através de bombeamento foi adotada após a crise hídrica de 2014, quando o nível do Cantareira baixou ao ponto de não suprir o consumo da região metropolitana.
A autorização para retirar água da bacia do Paraíba do Sul é dada quando o Sistema Cantareira passa a operar com menos de 30% do volume útil. Na última sexta, a capacidade operacional estava em 28,2%.
JAGUARI
Com a nova autorização, a água será retirada do reservatório Jaguari, na bacia do Paraíba, e repassada para a represa de Atibainha, em Nazaré Paulista, no Sistema Cantareira. O início da transposição ainda será definido pelos órgãos envolvidos. A medida vale até 31 de dezembro. A volta da transposição foi pedida pela Sabesp.
Responsável pelo abastecimento de cerca de 8 milhões de habitantes da Grande São Paulo, a Sabesp reduziu a pressão da água injetada no sistema de abastecimento para reduzir o consumo e evitar desperdícios.
A ANA autorizou a retirada de 40 milhões de metros cúbicos adicionais da represa Jaguari, no rio Paraíba do Sul, e a transferência desse montante ao reservatório de Atibainha.
Por ser o Paraíba um rio interestadual, que abastece também municípios fluminenses e mineiros, a medida teve a anuência do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro e do Instituto Mineiro de Gestão de Águas.
Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional, esteve na assinatura do comunicado conjunto. Na ocasião, o diretor-presidente substituto da ANA, Oscar Cordeiro Netto, lembrou que a medida visava a evitar riscos maiores ao abastecimento em São Paulo. A vazão média de captação na Jaguari será de 5,13 metros cúbicos por segundo.
A Sabesp informou que, com as poucas chuvas deste ano, o bombeamento de água do rio Jaguari para o Atibainha dá mais segurança hídrica às regiões metropolitanas da capital e de Campinas.
Ainda segundo a companhia, o período chuvoso ainda está no início, e a projeção aponta níveis satisfatórios dos reservatórios da Grande São Paulo, “com as perspectivas de chuvas do final da primavera e início do verão, quando a situação será reavaliada”.
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