O presidente brasileiro não é um risco ao país somente por aquilo que ele ameaça fazer, como os flertes incessantes com um golpe contra a nossa democracia. Jair Bolsonaro é um perigo à nação também por aquilo que ele já fez - ou deixou de fazer - nesses 40 meses de mandato.
Um dos exemplos dos estragos provocados por ele está na economia. Desde o Plano Real, em 1994, Bolsonaro será o primeiro presidente a concluir o mandato com um salário mínimo com menor poder de compra do que quando iniciou o governo. Nunca antes, nesse período de 28 anos, um ex-presidente entregou um salário mínimo mais desvalorizado, seja no primeiro ou no segundo mandato.
Nas últimas vezes em que foi questionado pela situação econômica do país, Bolsonaro citou desculpas como a pandemia e a guerra na Ucrânia para justificar os pífios resultados, afirmando se tratar de um problema mundial. Será que é só isso mesmo? Os números mostram que não. Das principais economias do mundo, apenas o Brasil e a Turquia registram atualmente taxas de dois dígitos de inflação, juros e desemprego. No grupo de 24 países, somos o quarto com maior taxa de juros anual (12,75%), o terceiro com maior índice de desemprego (11,1%) e o quarto com maior taxa de inflação nos últimos 12 meses (12,13%). Todas essas nações também enfrentaram a pandemia e sofrem reflexos da guerra. Qual é a desculpa para estarmos em uma situação tão pior do que elas, Bolsonaro?
Bolsonaro, aliás, não gosta de questionamentos sobre o tema. Na eleição de 2018, para fugir de perguntas sobre política econômica, o então candidato dizia que, em seu governo, quem cuidaria disso seria seu 'Posto Ipiranga', como se referia a Paulo Guedes, que de fato virou seu ministro da área. A artimanha cumpria dois objetivos: dar ares de que era liberal e não demonstrar sua profunda falta de conhecimento sobre o tema. Funcionou, pois enganou muita gente. Mas, eleito, nem fez um governo liberal e nem seu 'Posto Ipiranga' resolveu coisa alguma. Assim como fez em outras áreas, Bolsonaro também representou um retrocesso na economia.
Só nos resta torcer para que o presidente não piore ainda mais as coisas até o dia em que deixar o Palácio do Planalto. O custo Bolsonaro já está pesado demais.
02/07/2022 - 02:10
24/06/2022 - 23:42
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