Pressionado pelos Estados Unidos e comunidade internacional, presidente aposta em discurso a favor das ações de combate às climáticas no mundo
Pressionado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e por organizações internacionais, o Brasil precisou mudar o tom na Cúpula do Clima, se comprometendo a criar ações que reduzam a emissão de gases poluentes nos próximos anos. O presidente Jair Bolsonaro, em discurso ao mundo todo, se comprometeu a alcançar, até 2050, a neutralidade zero de emissões de gases de efeito estufa no país, antecipando em dez anos a sinalização anterior, prevista no Acordo de Paris. "Entre as medidas necessárias para tanto, destaco aqui o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal até 2030, com a plena e pronta aplicação do nosso Código Florestal. Com isso, reduziremos em quase 50% nossas emissões até essa data", disse Bolsonaro.
A neutralidade zero (ou emissões líquidas zero) é alcançada quando todas as emissões de gases de efeito estufa que são causadas pelo homem alcançam o equilíbrio com a remoção desses gases da atmosfera, que acontece, por exemplo, restaurando florestas. De acordo com Bolsonaro, "como detentor da maior biodiversidade do planeta e potência agroambiental", nos últimos 15 anos o Brasil evitou a emissão de mais de 7,8 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera.
Durante seu discurso, encarado com ceticismo pela comunidade internacional, que cobra ações concretas, o presidente, além de definir metas e compromissos, apontou as iniciativas realizadas pelo Brasil para a preservação do meio ambiente, como projetos nas áreas de geração de energia limpa e de desenvolvimento tecnológico na agricultura. "O Brasil participou com menos de 1% das emissões históricas de gases de efeito estufa, mesmo sendo uma das maiores economias do mundo. No presente, respondemos por menos de 3% das emissões globais anuais", disse.
Segundo o presidente, para alcançar as metas de desmatamento, é preciso, além de medidas de ações e controle, promover o desenvolvimento sustentável da região amazônica, que, segundo ele, é a mais rica do país em recursos naturais, mas que apresenta os piores índices de desenvolvimento humano. "Devemos aprimorar a governança da terra, bem como tornar realidade a bioeconomia, valorizando efetivamente a floresta e a biodiversidade. Esse deve ser um esforço que contemple os interesses de todos os brasileiros, inclusive indígenas e comunidades tradicionais", argumentou.
BOIADA.
O governo de Jair Bolsonaro, porém, neste período de quase dois anos, foi marcado também por um apagão ambiental, com desmatamento recorde, ataque a dados científicos que apontam danos ambientais, flexibilização da legislação ambiental (o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chegou a usar no ano passado o termo 'passar a boiada') e desarticulação das estruturas de preservação e fiscalização..
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