Adão e Deus
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Principais rotas do Vale da Fé perdem peregrinos com a pandemia e líderes buscam motivar os devotos reforçando a espiritualidade, mesmo de longe ou com os cuidados do distanciamento social
O Circuito da Fé do Vale do Paraíba sofre com as consequências da pandemia do coronavírus, especialmente a necessidade de distanciamento social e a queda da visitação de romeiros.
Por ano, o Vale da Fé recebe cerca de 16 milhões de peregrinos, mais de 80% para Aparecida e o Santuário Nacional.
Ainda não há uma estimativa do tamanho da queda nas visitações, mas deve passar de 60% até o final do ano.
Os principais templos católicos da região têm diferentes cronogramas de reabertura para eventos presenciais.
Após quatro meses sem público, o Santuário Nacional de Aparecida retomou as celebrações presenciais no final de julho, com número limitado a 1.000 pessoas por missa, bem abaixo da capacidade de 35 mil visitantes.
Podendo receber até 5.000 pessoas, o Santuário do Pai das Misericórdias, na Canção Nova, em Cachoeira Paulista, reabre neste domingo (16) com até 348 pessoas por celebração.
Por ano, a comunidade católica recebe 1,6 milhão de peregrinos, número que será brutalmente menor em 2020.
"Os eventos estão acontecendo sem a presença de público", informou a Canção Nova. "Centro de Evangelização, Cruzeiro e capelas, todo o espaço da Canção Nova está sem acesso ao público".
Em Guaratinguetá, o Santuário Frei Galvão tem missas presenciais restritas a 75 lugares. A comunidade mantém a distribuição das tradicionais pílulas do santo, mas a produção continua suspensa.
ESPIRITUALIDADE.
Mesmo à distância, líderes religiosos do Vale têm tentando manter aquecida a fé dos devotos durante a pandemia, e principalmente por causa dela.
Em vídeo para a TV Frei Galvão, o arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, lembrou as pessoas que perderam entes queridos. "Nessa pandemia, quantas pessoas ficaram viúvas. Pessoas que ficam a sós, a solidão, com o drama da perda. Vamos ser mais justos e mais conscientes".
Reitor do Santuário Nacional, o padre Eduardo Catalfo diz que, em todos os momentos da vida, sobretudo nos difíceis, "homens e mulheres encontram em Deus as respostas para as principais questões existenciais".
"Vivemos tempos difíceis e a fé cristã oferece a certeza de um Deus solidário com o sofrimento e com os desafios do ser humano", disse ele em entrevista a OVALE sobre a pandemia, há mais de um mês.
Ex-reitor do Santuário Nacional, o padre Domingos Sávio da Silva diz que a mensagem de Aparecida é de cuidar de todos: "Temos que assumir cada vez mais esse coração de Nossa Senhora de mãe"..
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