Da redação @jornalovale | @jornalovale
Professor do Departamento de Geografia e coordenador do Laboratório de Biogeografia e Geografia da Saúde da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp de Presidente Prudente, Raul Borges Guimarães disse que há clara tendência de "difusão espacial da Covid-19" em municípios fora da área metropolitana de São Paulo, "especialmente em direção ao Vale do Paraíba".
Nesse contexto, São José dos Campos é a "principal cidade em número de casos e com potencial de disseminação para municípios vizinhos".
Segundo ele, relaxar o isolamento no atual momento da epidemia por aumentar o número de casos e trazer problemas para o sistema de saúde.
"Entendo as demandas econômicas e a necessidade de encontrar alternativas para a flexibilização do isolamento social, mas medidas virão num período no qual a cidade de São Paulo apresenta limite de capacidade de internação e aumento no número de óbitos", disse Guimarães. "São José é o epicentro da doença no Vale do Paraíba".
"Especialistas da infectologia e da epidemiologia consideram que esse monitoramento [num eventual relaxamento da quarentena] deve ser muito rigoroso, o que é muito difícil nesse momento."
INTERIOR.
A menção de Guimarães à capital não é gratuita.
O governo estadual confirmou o envio de doentes graves para o interior, por causa da alta ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na capital.
"A partir deste final de semana, passamos a utilizar os leitos do interior para o tratamento de pacientes aqui da Grande São Paulo", disse o secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann.
Segundo ele, o Estado é capaz de mandar pacientes para municípios distantes até 400 quilômetros da capital, mas ressaltou que os doentes devem ser levados para municípios próximos, como para Sorocaba e São José..