José Renato Peneluppi JrAdvogado de São José na China | @jornalovale
Era um momento novo e próspero para Wuhan, que encerrava os Jogos Olímpicos Militares. Mas iniciou um forte alarde por conta de uma doença desconhecida. Estava de férias na Jordânia, mas precisava cumprir agenda em Wuhan antes do ano novo chinês, em 24 de janeiro.
Voltei no dia 15 de janeiro.
Cumpri minha agenda e saí do país. Meu voo partiu na madrugada de 23 de janeiro, quando se deu a ordem de fechamento da cidade. Segui para o Cambodja.
Vivi o risco e medo de contágio no voo. Desde o final de janeiro, quando cheguei na Bielorússia, não voltei a voar.
As ruas em Wuhan se esvaziaram em 22 de janeiro, quando o número de mortos passou de 40 para mais de 300. Veio a confirmação de que a doença era transmitida de pessoa para pessoa, dois dias antes do feriado nacional.
Hoje, acredita-se que tudo esteja sob controle na China, mas evita-se uma segunda onda. A circulação está normalizada, mas estrangeiros não podem voltar.
Vim para Hrodna (Bielorrússia) depois de passar temporada no Cambodja. Minha namorada mora no país. A situação aqui é delicada. Há alto risco de contágio. O presidente [Alexander Lukashenko] nega os riscos e se recusa a tomar as medidas cabíveis. Tenta manter a economia fluindo. Os infectados já são mais de 20.000.
Muitas pessoas seguem à risca as orientações dele, o que põem vidas em risco. Há enorme similaridade no discurso [de Lukashenko e Bolsonaro], negando e minimizando.
Presidente deve dialogar, mediar e agir, liderando pelo exemplo, priorizando a vida e agindo em defesa da nação..