À luz da ciência, que é aquela que deve sempre ser seguida (principalmente em momentos como esse), foi acertada a decisão do governador João Doria (PSDB) de prorrogar a quarentena no estado de São Paulo até o dia 31 de maio.
Apesar da enorme pressão feita pelo setor empresarial, por parte dos prefeitos e também por grande parcela dos paulistas, não havia nenhuma condição de afrouxar as regras nesse momento.
Mesmo com as medidas de isolamento impostas desde 24 de março, quando entrou em vigor a quarentena paulista, o estado acumulava 28% de todos os casos registrados no país até essa sexta-feira, dia 8 de maio (41.830, do total de 145.328). E mais: São Paulo responde por 34,5% das mortes ocorridas até agora no Brasil (3.416, de 9.897).
Embora cerca de 65% dos casos do estado tenham sido registrados na capital, é bastante ingenuidade pensar que as outras regiões estão a salvo. E, novamente, são os estudos que comprovam isso.
Um deles, da Secretaria de Desenvolvimento Regional, mostrou que o contágio da Covid-19 no interior e no litoral de São Paulo está em ritmo de crescimento acelerado, em velocidade quatro vezes maior que a registrada na região metropolitana.
Outro estudo, do Observatório Covid-19 BR, que reúne especialistas de várias universidades e acompanha a pandemia no país, apontou que a cidade de São Paulo teria dez vezes mais casos do novo coronavírus se não tivessem sido adotadas as medidas de distanciamento social.
É óbvio que o mundo todo deseja voltar, o quanto antes, à normalidade. Mas isso não pode ser feito de maneira atropelada, como desejam políticos que apostam em discursos populistas, ignorando a ciência e inflamando grande parcela da população. Aliás, esse tipo de discurso irresponsável ajuda a explicar porque a taxa de isolamento nas principais cidades oscila na casa dos 50%, quando o ideal seria 70%.
Segundo as principais autoridades de saúde do país e do mundo, o isolamento social é a principal medida a ser adotada para enfrentar o vírus. Estudo do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) mostrou que, sem a quarentena, o sistema de saúde da região entraria em colapso em maio. Toda vida importa. Lutemos por elas, juntos. Fique em casa..