Fatia de mulheres em cargos de liderança cai no Brasil, e elas ainda ganham 77,7% do salário dos homens

Na última edição da pesquisa, publicada em 2018 com dados de 2016, elas ocupavam 39,1% desses postos de trabalho, enquanto os homens preenchiam 60,9% das vagas

Agência O Globo | @jornalovale

A fatia de mulheres em cargos de liderança no país caiu. Apesar de mais anos de estudo e frequentarem mais a escola, elas ocupavam 37,4% dos cargos gerenciais e recebiam apenas 77,7% do rendimento dos homens em 2019, segundo a pesquisa "Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil", divulgada hoje pelo IBGE.

Na última edição da pesquisa, publicada em 2018 com dados de 2016, elas ocupavam 39,1% desses postos de trabalho, enquanto os homens preenchiam 60,9% das vagas. O rendimento se manteve praticamente inalterado no período. Naquele ano, elas ganhavam 77,5% do salário dos homens.

A pesquisa traz dados sobre trabalho, renda, educação, saúde e diretos humanos.

Cargos de nível gerencial exigem mais responsabilidade e, por isso, são mais bem remunerados. Como ocupam vagas mais baixas na hierarquia, as mulheres acabam ganhando menos que os homens, uma situação que, avaliam especiaistas, deve ter se agravado na pandemia.

Em 2020, o saldo entre abertura e fechamentos de vagas com carteira ficou negativo para mulheres, mas positivo para os homens, segundo dados do Cadastro Geral de Empregos (Caged).

Famílias:

A barreira no acesso a degraus mais altos na hierarquia ocorre apesar da maior frequência escolar e nas universidades entre as mulheres. Segundo o IBGE, uma jovem de 18 a 24 anos tinha, em 2019, cerca de 38% mais chances de frequentat ou já ter terminado o ensino superior do que um homem da mesma faixa etária.

O IBGE ressalta, porém, que sob a ótica de mais longo prazo, há uma melhora no rendimento feminino. Em 2012, era correspondia a 73,6% da renda dos homens —  ou quato pontos percentuais a menos que o de hoje.

Pouca representação na política e em universidades

A baixa representação feminina se repete na vida pública. Um indicador que mede o percentual de parlamentares mulheres em exercício mostra que a participação delas no país passou de 10,5%, em dezembro de 2017, para 14,8%, em setembro de 2020.

No entanto, o Brasil é o país da América do Sul com a menor proporção de mulheres exercendo mandato parlamentar na Câmara dos Deputados e está na 142ª posição de um ranking com dados para 190 países.

Como as mulheres são maioria na população brasileira, a sub-representação é expressiva. E continua nos governos locais: em 2020, somente 16% dos vereadores eleitos eram mulheres.

O mesmo desequilíbrio é observado na vida acadêmica. O percentual de mulheres entre docentes do ensino superior passou de 43,2% em 2003 para 46,8% em 2019 - um avanço de menos de 3% em 16 anos.

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