Bolsonaro volta a distorcer OMS e equipara empregos e vidas

Bolsonaro voltou a enfatizar a necessidade de se implementar medidas para a preservação de empregos, cita os auxílios que já foram aprovados e, novamente, citou declaração do diretor-geral da OMS fora de contexto

Da redação @jornalovale | @jornalovale

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) amenizou o tom e pediu cuidado com a economia, mas distorceu um trecho da fala do diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde) em novo pronunciamento feito na noite desta terça-feira sobre o coronavírus.

Bolsonaro voltou a se manifestar contra as medidas de isolamento para prevenção ao novo vírus, e, para isso, usou um trecho do discurso de Tedros Adhanom Ghebreyesus diretor da OMS, em que ele fala da importância do cuidado com a população. O presidente, no entanto, usou a fala para justificar sua rejeição às medidas adotadas, omitindo e tirando de contexto a frase anterior do próprio diretor, que dizia que os governos "precisam garantir o bem estar das pessoas que perderam a fonte de renda e que estão necessitando desesperadamente de alimentos e saneamento".

Durante seu discurso nesta noite, Bolsonaro citou diversas frases do discurso de Ghebreyesus, usando-as como justificativa para pedir a retomada parcial da economia.

Em tom mais ameno, ele também disse que fez pedidos especiais aos ministros da Saúde, Luiz Henrique Mendetta, e da Economia, Paulo Guedes, para lutar contar o vírus.

Bolsonaro voltou a enfatizar a necessidade de se implementar medidas de preservação de empregos. "O efeito colateral das medidas de combate ao coronavírus não pode ser pior do que a própria doença. A minha obrigação como presidente vai para além dos próximos meses. Preparar o Brasil para a sua retomada, reorganizar nossa economia e mobilizar todos os nossos recursos e energia para tornar o Brasil ainda mais forte após a pandemia."

Ele destacou políticas em defesa do emprego e da renda como a ajuda financeira aos estados e municípios. "Temos uma missão: salvar vidas, sem deixar para trás os empregos. Por um lado, temos que ter cautela e precaução com todos, principalmente junto aos mais idosos e portadores de doenças preexistentes. Por outro, temos que combater o desemprego, que cresce rapidamente, em especial entre os mais pobres"..

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