Moro não quer liberdade 'indiscriminada' a presos

Ministro da Justiça citou um caso não confirmado de um preso que havia sido liberado por questões humanitárias do regime fechado por coronavírus e voltou a cometer crimes

Das agências @jornalovale | @jornalovale

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, encerrou a entrevista coletiva da tarde desta terça-feira citando um caso não confirmado de um preso que havia sido liberado por questões humanitárias do regime fechado por covid-19 e voltou a cometer crimes. Ele utilizou a situação como exemplo para defender que detentos não sejam colocados em liberdade "indiscriminadamente" por causa da pandemia de coronavírus.

"De fato, medidas de soltura de presos em situação de risco ou em circunstâncias específicas têm que ser muito bem avaliadas", afirmou o ministro.

Após participar de um panorama de ações integradas do governo federal, anunciado ao lado dos ministros Luiz Henrique Mandetta (Saúde), Paulo Guedes (Economia) e Walter Braga Netto (Casa Civil), Moro pediu a palavra para divulgar "uma informação de última hora".

No entanto, com a palavra, o ministro adiantou sobre o caso: "Precisa ser confirmado". Ele afirmou se tratar de um homem de 38 anos, detido em São Leopoldo com 124 kg de cocaína, 12 kg de crack, fuzis e submetralhadora. Segundo Moro, o homem havia sido liberado por "prisão domiciliar humanitária" na semana passada.

"Aqui não vai uma crítica generalizada, os magistrados fazem grande trabalho. Mas, por exemplo, não podem soltar preso que tenha ligação com facção criminosa sob pena de colocar em risco a população e gerar uma crise de segurança pública", disse.

Mais cedo, Moro já havia defendido que os casos fossem considerados individualmente. A fala do ministro vai de encontro à orientação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que pede que presos em grupos de risco possam cumprir a pena em regime domiciliar.

"Enfim, é a situação do indivíduo colocado em prisão domiciliar por questões humanitárias ligadas ao coronavírus e uma semana depois é apreendido com ele tanta quantidade de droga, de arma, que pelo visto não estava tão doente, precisando tanto, para ser liberado", afirmou o ministro. "Não vou dizer que é uma situação generalizada, mas esses casos individuais fazem a diferença", acrescentou.

Ao longo da entrevista, o ministro da Justiça afirmou que ainda não há nenhum caso confirmado de covid-19 em presídios federais..

 

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