Em torno de 43 mil pessoas vivem em áreas de risco no Vale do Paraíba, de acordo com o levantamento do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) e da Defesa Civil.
Essas pessoas ocupam 14 mil moradias instaladas em áreas consideradas de risco para deslizamentos ou alagamentos, ou ambos.
As residências estão espalhadas em 927 setores de risco -- menos abrangentes do que as áreas --, sendo que 331 deles estão classificadas como de risco “muito alto” e “alto” (36%) para deslizamentos ou alagamentos e 596 (64%), como de risco “médio” e “baixo”.
Essas áreas pertencem a 13 cidades, entre elas Campos do Jordão, Guaratinguetá, Aparecida, Ubatuba e São José dos Campos, municípios apontados como de maior número de moradores em locais de risco.
Em Campos, há duas semanas, deslizamentos de terra nos bairros Monte Carlo e Vila Britânia provocaram a morte de quatro pessoas. Um bebê e uma criança de 5 anos estão entre as vítimas. “Nossos profundos sentimentos de pesar às famílias que perderam seus entes queridos. Vocês não estão sozinhos”, disse o prefeito Fred Guidoni (PSDB).
CIDADES.
Com 169 setores de risco, Campos do Jordão tem a maior quantidade de moradias e população nessas áreas, respectivamente 2,9 mil e 10 mil -- levando-se em consideração a média de três moradores por casa.
Segundo a prefeitura, a cidade tem 175 áreas de risco, que abrigam 3.500 famílias. Guaratinguetá vem em seguida, com 172 setores de risco e 2,8 mil casas e 9,6 mil pessoas vivendo nessas áreas.
São José dos Campos conta com 77 setores de risco, 1.250 moradias e 4,2 mil moradores em áreas inadequadas. As equipes de monitoramento usam tecnologia de ponta para alertar as cidades e evitar mortes.
“Temos todo tipo de informação: imagem de satélite, radares, pluviômetros e rede de observação de descargas atmosféricas. Cada um na equipe tem sua especialidade e, analisando os dados, chega-se a
consenso quanto ao potencial de uma chuva causar fenômenos graves”, explicou o meteorologista Saulo Barros Costa, tecnologista do Cemaden da equipe de Extremos Meteorológicos.
Todo trabalho tem por base o monitoramento das chuvas, e quais os danos causados pela precipitação, como enchentes, enxurradas e deslizamentos.
Ao se detectar risco de danos com as chuvas, por protocolo, o Cemaden avisa o Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres), que emite alerta à Defesa Civil.
No Vale, segundo o coronel Walter Nyakas Júnior, secretário-chefe da Casa Militar e coordenador estadual da Defesa Civil, todas as cidades são acompanhadas diariamente por suas respectivas equipes de Defesa Civil, que recebem reforço de voluntários durante a temporada de chuvas.
Em situações de chuva extrema, como no verão, o monitoramento é ampliado. Áreas de risco são regiões onde é recomendada a não construção de casas.
Defesa Civil faz alerta para temporais; verão deve ser marcado por mais chuvas
A Defesa Civil do Estado de São Paulo divulgou um alerta para chuvas intensas em todas as regiões paulistas neste final de ano. Há possibilidade de temporais com descargas elétricas e rajadas de vento. As chuvas podem atingir com mais intensidade as regiões do Litoral Norte e Vale.
Devido ao mau tempo, segundo a Defesa Civil, aumentam as chances de deslizamentos e inundações. Em situações iminentes de emergência, o órgão recomenda que a população deixe imediatamente as localidades em risco e procure abrigo em regiões seguras.
No estado, o verão deve ter temperaturas elevadas, fortes chuvas e chance de temporais e ondas altas, principalmente pela passagem de frentes frias, que devem ser mais frequentes.