Universidade de Washington projeta que 125 mil pessoas devem morrer vítimas da Covid-19 no Brasil até agosto

Em um cenário mais negativo, número de óbitos pela doença no país podem passar dos 200 mil, chegando a 221 mil vítimas do novo coronavírus no Brasil

O vírus mortal ataca.

De acordo com a Universidade de Washington, ao menos 125 mil pessoas devem morrer vítimas da Covid-19 no Brasil até o começo de agosto.

Há menos de duas semanas, a mesma universidade estimava que esse número seria de 90 mil pessoas. Até agora, o país acumula 27 mil mortes pelo novo coronavírus.

A estimativa mais otimista aponta 68 mil mortes. No cenário mais negativo, o número de óbitos no país pode chegar a 221 mil vítimas.

Segundo o estudo, as novas previsões levam em conta o aumento de mortes acima do esperado no Rio de Janeiro. A análise inclui agora dados de 19 dos 26 estados brasileiros.

Em relação à última projeção divulgada pela universidade, em 12 de maio, São Paulo pode ter poupado a vida de 36,8 mil pessoas com o isolamento social e o megaferiado da última semana.

Já no Rio, a situação é inversa e os pesquisadores esperam que mais 21 mil mortes por Covid-19 aconteçam no estado em relação ao que era projetado até o dia 12, totalizando até agosto 25,7 mil óbitos.

Para piorar a situação, o país está com seu terceiro ministro da Saúde em meio à pandemia. Os dois anteriores deixaram o governo por discordar das ações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que critica o isolamento social, não segue orientações básicas da OMS (Organização Mundial da Saúde), como evitar aglomeração, e entrou em conflito com prefeitos e governadores.

Não à toa, o Brasil segue acelerado para tornar-se o epicentro mundial da doença, superando os Estados Unidos, que ainda têm mais casos e mortes. O Brasil supera os americanos na quantidade de casos e óbitos registrados por dia.

PICO.

“Até então, estamos prevendo que o número de mortes no Brasil continuará a subir, seguirá havendo escassez de recursos hospitalares críticos e o pico de mortes poderá não ocorrer até meados de julho”, disse Christopher Murray, diretor do Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde da Universidade de Washington.

Os pesquisadores ressaltam que tudo vai depender das medidas de controle da pandemia, como o distanciamento social, mudanças na mobilidade e a realização de testes e rastreamento em massa da doença.

Para chegar às projeções, os pesquisadores tomam como base as políticas públicas aplicadas pelo governo de cada país e os dados oficiais divulgados, como número de infectados e internados. O governo americano tem utilizado as projeções da universidade para tomar algumas decisões.

CIÊNCIA.

Raul Borges Guimarães, coordenador do Laboratório de Biogeografia e Geografia da Saúde da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Presidente Prudente, disse que a ciência vem dando uma grande contribuição para enfrentamento da Covid-19. “Nenhum país do mundo conseguiu enfrentar essa pandemia sem união de todos e compreensão do fenômeno em bases científicas”, disse.

Ao lado da ciência, ele defende que gestores ouçam e respeitem as “famílias que sofrem com problema, os profissionais de saúde que estão desenvolvendo sua atividade em situações de extremo risco e as necessidades dos empresários”.

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